É o subplano inferior do mundo mental superior, ou plano causal, e também é o mais povoado de todos os subplanos do genérico mundo mental, porque ali estão presentes os sessenta mil milhões de Egos comprometidos na atual evolução humana, exceto um número relativamente exíguo dos capazes de atuar no segundo e primeiro subplanos. Cada Ego está representado por uma forma ovóide, que ao princípio é apenas uma forma ovóide e incolor de tenuíssima consistência quase invisível, porém que, segundo progride, o Ego vai mostrando uma radiante iridescência semelhante à das bolhas de sabão, de modo que as cores brincam em sua superfície como mudam os matizes em uma catarata batida pelos raios do sol.
O ovóide ou corpo causal do Ego é constituído por uma matéria inconcebivelmente fina, delicada, sutilíssima, intensamente viva, com ígneas vibrações, até que quando o Ego se adianta notadamente em sua evolução, o ovóide se converte num fúlgido globo de flamejantes cores, com matizes em absoluto desconhecidos na terra, tão suaves, brilhantes e luminosos que a linguagem humana é incapaz de os descrever.
Se imaginarmos as cores de um pôr-do-sol do Egito, e acrescentarmos a esta luz a maravilhosa suavidade do sol inglês ao cair da tarde, e acrescentarmos esta luz e estas cores de modo a superarem como superam as da palheta, resultará que nem ainda com todo este esforço de imaginação seria possível a quem já o tenha visto, formar conceito da beleza destes radiantes globos que fulguram no campo da visão clarividente do mundo causal.
Os corpos causais estão cheios de um vívido fulgor dimanante de um plano superior, de modo que os globos parecem conectados por um tremulante fio de intensa luz que recorda a frase da estância de Dizian: "A chispa pende da chama pelo finíssimo fio de Fohat". Segundo o Ego adiante, aumenta sua capacidade de receber maior quantidade de energia divina que como por um canal flui pelo fio que amplia sua espessura para facilitar a passagem da corrente de modo que desde o segundo subplano toma o aspecto de um tubo de comunicação entre o céu e a terra, e num nível muito superior aparece um grande globo do qual emana um fluxo vivente no qual o corpo causal se entrefunde.
Nas estâncias de Dizian também encontramos o seguinte: "O fio entre o Vigilante e sua sombra é mais forte e radiante a cada mudança. A luz da alvorada se transmutou no esplendor meridiano. Esta é a tua presente roda disse a Chama à Chispa. Tu eras eu mesmo, minha imagem e minha sombra.
Eu me revesti em ti e eras meu veículo no dia 'Sede conosco' quando tu fores eu e outros, tu e eu".
Os Egos encarnados em corpo físico se distinguem dos desencarnados pela diferente tônica vibratória da superfície dos globos, razão por que não há neste subplano dificuldade em reconhecer à primeira vista se um Ego está ou não em corpo físico. Tanto os encarnados como os desencarnados estão em sua imensa maioria semiconscientes, embora já poucos incolores, porém os plenamente conscientes brilham como estrelas de primeira grandeza entre a multidão de irradiação não tão viva, de maneira que a intensidade de vibração e cor denota o grau de evolução de cada Ego.
A maioria não está ainda suficientemente definida para compreender as leis da evolução a que se acha sujeita; anseia encarnar em obediência ao impulso da Vontade cósmica, e também pela cega sede de vida manifestada, o desejo de estar onde possa sentir e ter consciência da vida manifestada.
Nas primeiras etapas de sua evolução, os Egos não são capazes de perceber as rapidíssimas e penetrantes vibrações da sutilíssima matéria do mundo causal, e só respondem às pesadas e lentas vibrações da grosseira matéria física. Assim é que somente no mundo físico se crêem vivos, e assim se explica o seu intenso desejo de renascer na terra. Durante algum tempo este desejo concorda exatamente com a lei da evolução, pois só podem evoluir por meio de contatos externos aos quais se vão habituando a responder, e que só lhes pode proporcionar a vida terrena. Pouco a pouco sua capacidade responsiva aumenta e percebem as vibrações da matéria física, etérica e depois as da matéria astral. O corpo astral que até então só tinha servido de ponte para transmitir sensações ao Ego, começa então a ser um veículo que o Ego pode utilizar, e a consciência se focaliza mais nas emoções do que nas sensações meramente físicas.
Pelo mesmo processo de acostumar-se a responder aos contatos externos, o Ego aprende a concentrar a consciência no corpo mental e a viver segundo as imagens que ele mesmo forja, bem como também aprende a dominar suas emoções por meio do pensamento. Por fim o Ego concentra a consciência no corpo causal e então reconhece sua verdadeira vida. Quando a reconhecer, achar-se-á no segundo ou no primeiro subplano e não sentirá o menor desejo de se reencarnar. Mas no momento estamos tratando da maioria dos Egos pouco evoluídos, que caminham às tontas, brandindo os tentáculos da personalidade no oceano de existência nos planos inferiores de vida, sem se aperceberem de que a personalidade é um instrumento de que têm de se servir para a sua evolução. Coisa alguma procede de seu passado ou de seu futuro, pois ainda não são conscientes em seu próprio plano.
Segundo o Ego vá passando por experiências e assimilando seus resultados, adquire o conhecimento de que umas ações são boas e outras más, e este conhecimento se manifesta imperfeitamente na personalidade como uma incipiente consciência do justo e do injusto. Pouco a pouco o sentimento de justiça vai-se afirmando, e mais claramente se formula na personalidade de modo que já serve um tanto de guia de conduta.
Por meio das oportunidades que deparam os lampejos da plena consciência a que temos aludido, os Egos mais avançados do terceiro subplano adiantam até o ponto de se ocuparem no estudo de seu passado, assinalando as causas que o estabeleceram e aprendendo muito desta retrospecção, de modo que os novos impulsos para a frente são mais claros e definidos, e transferem-se à personalidade como firme convencimento e imperativas intuições.
Não há necessidade de repetir que as imagens forjadas no mundo mental inferior não se transmitem ao superior, onde já não existe a ilusão e cada Ego reconhece sua divina estirpe e se vê e vê os demais Egos em sua verdadeira natureza, como um homem imortal que passa de vida em vida com todos os laços entretecidos com o seu verdadeiro ser.