Os Planos da Natureza

Enviado por Estante Virtual em sab, 17/12/2011 - 21:39

Para bem compreendermos o funcionamento do Karma, segundo a linha indicada pelo Mestre Koot Hoomi, é necessário ter uma concepção clara dos três planos inferiores, ou regiões do Universo, e dos princípios que lhes dizem respeito. As designações por que são conhecidos indicam o estado que a consciência assume ao funcionar em cada um deles. Para melhor compreensão, tracemos um diagrama indicativo dos diversos planos, dos princípios correspondentes e dos veículos nos quais uma entidade consciente pode visitá-los. Em ocultismo prático, o estudante aprende a explorar estes planos e a transformar, por meio das próprias investigações, a teoria em conhecimento. O veículo inferior, o corpo grosseiro, serve para o trabalho da consciência no plano físico, onde a atividade desta é limitada pelas faculdades do cérebro. A palavra corpo sutil compreende uma variedade de corpo astral apropriado às condições mutáveis da complicada região designada "pelo nome de plano psíquico. No plano devachânico há duas regiões perfeitamente caracterizadas, a região da forma, e a região sem-forma. Na primeira, a mais inferior, a consciência serve-se de um corpo artificial, o Mâyâvi-Rupa; o termo "corpo mental" parece também adequado, porque indica que a matéria de que é feito pertence ao plano Manas. Na região sem-forma, é o corpo causal o utilizado. Quanto ao plano Búdico, é desnecessário ocuparmo-nos dele.

Mas a matéria não está no mesmo estado em todos estes planos; em geral, a de um plano qualquer é mais densa do que a do plano que lhe é superior, conforme a analogia reinante na Natureza; visto que a evolução, na sua marcha ascendente, parte do rarefeito para o denso, do sutil para o grosseiro. Além disso, estes planos são habitados por numerosas hierarquias de seres, desde as Inteligências elevadas da região espiritual, até aos elementais semiconscientes mais ínfimos do mundo físico. Em cada um dos planos existem unidos, em cada átomo, o espírito e a matéria; o espírito é a vida do átomo, a matéria o seu corpo; toda agregação independente, qualquer forma separada, seja qual for a sua forma ou tipo, é animada por estes seres vivos, e muda de degrau na escala da evolução segundo as variações sofridas pela forma. Não existe forma que não seja animada; mas a entidade que a anima é que pode ser uma das Inteligências mais elevadas, um elemental dos mais ínfimos ou um dos seres compreendidos na multidão inumerável que se estende entre estes dois extremos.

É das entidades do corpo psíquico que nos vamos ocupar mais particularmente, por serem elas que dão ao homem o seu corpo de desejos (Kama-Rupa) — ou corpo de sensação, como também é chamado; e por serem formadas na sua matriz astral e lhe vivificarem os sentidos astrais. Servindo-nos de um termo técnico, estas entidades são os elementais da forma (Rupa-Devatas) do mundo animal; são os, agentes das modificações que transmutam as vibrações em sensações.

A característica mais flagrante dos elementais kâmicos é a sensação, isto é, a faculdade dupla de responder às vibrações e recebê-las. No plano kâmico pululam estas entidades, com graus de consciência diferentes, que recebem toda e qualquer espécie de impulsos e os transformam em sensações.

Conseqüentemente, todo ser que possuir um corpo constituído pela agregação destes elementais é capaz de sensação; é por intermédio de um corpo assim que o homem sente. O homem não é consciente nem nas partículas do corpo, nem sequer nas células; estas têm uma consciência própria que lhes permite a execução dos diferentes atos desta parte da vida, caracterizadamente vegetativa; mas o homem, de cujo corpo elas são parte constituinte, não compartilha da consciência delas, não pode nem ajudá-las nem contrariá-las no seu trabalho de escolha, assimilação, ou construção; não lhe é possível em qualquer momento pôr a consciência em ligação com a consciência de uma célula do coração, por exemplo, a tal ponto que possa dizer exatamente o que ela faz. A consciência humana funciona normalmente no plano psíquico e ainda nas regiões psíquicas superiores onde atua o mental, este mental está combinado com Kama, porque o mental puro não funciona no plano astral.

O plano astral transborda de elementais semelhantes aos que entram no corpo de desejos do homem e que formam também o corpo de desejos mais simples do animal inferior. Por meio desta parte da sua constituição o homem entra em contato direto com os elementais e forma, por intermédio deles, laços com todos os objetos que o cercam, quer sejam atrativos ou repulsivos.

Por meio da vontade, das emoções e dos desejos, influencia esses inúmeros seres cuja sensibilidade responde às vibrações que ele irradia de si em todos os sentidos. O próprio corpo de desejos funciona como uma espécie de aparelho reversível, mudando em sensações as vibrações centrípetas e transformando em vibrações as sensações centrífugas.

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